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13 out., 2020
O cisto dos maxilares pode ser definido como uma cavidade patológica revestida por uma cápsula, de natureza conjuntivo epitelial, de conteúdo líquido ou semi - líquido, que ocorre no osso da maxila ou mandíbula causando-lhes perdas ósseas, proporcionais ao período de evolução da lesão. O aparecimento dos cistos pode provavelmente estar ligado aos restos epiteliais que permanecem neste complexo, durante o processo da formação dentária e ao longo das linhas de fusão dos ossos maxilares na embriogênese. O processo inflamatório crônico, de baixa intensidade e longa duração, parece ter um papel importante, na formação de cistos periodontais, de natureza inflamatória, que crescem a partir de granulomas apicais resultantes da mortificação pulpar e onde o tratamento endodôntico não foi realizado ou foi insuficiente. Este tipo de tumor ósseo benigno apesar de destruir o osso, geralmente é assintomático (não causa dor) sendo o diagnóstico realizado principalmente por radiografias e confirmadas com biópsia. O tratamento dos cistos do complexo maxilo-mandibular é exclusivamente cirúrgico e focado para a máxima preservação das estruturas ósseas e dentais, de feixes vásculo-nervosos e cavidades naturais. Três técnicas tem sido preconizadas para se obter o sucesso nesse tratamento: Enucleação - esta técnica preconiza a remoção total da cápsula cística e de seu conteúdo, visando a reparação por primeira intenção. Traz excelentes resultados, proporciona um pós-operatório rápido e confortável, criando condições para a reparação das perdas ocorridas nas estruturas ósseas e periodontais. Sua grande vantagem é ser um ato cirúrgico único e possibilitar que toda a lesão seja submetida a exame anátomo-patológico em cortes seriados. Preconizada com unanimidade pelos autores e pesquisadores, é indicada para cistos pequenos , que não ponham em risco estruturas nobres, como cavidades naturais (sinus e fossa nasal), estruturas ósseas, dentes com seus filetes pulpares e feixes vásculo- nervosos . Marsupialização - técnica preconizada por Partsch em l892, transforma o cisto em cavidade acessória à boca através da remoção de porções iguais de tecido gengival, tecido ósseo e da cápsula cística, visando a reparação por segunda intenção. Esta reparação óssea é possível pois ao se comunicar a cavidade cística com a boca, elimina-se a pressão interna, que é responsável pelo crescimento da lesão . Esta indicada para cistos grandes que ponham em risco estruturas nobres, como cavidades naturais (seio maxilar e fossa nasal), estruturas ósseas, dentes com seus filetes pulpares e feixes vásculo - nervosos. Técnica combinada - Trata-se da técnica da descompressão ou da marsupialização temporária, que pela remoção parcial da cápsula cística e conseqüente cessação da pressão interna, reduz consideravelmente o tamanho da lesão e num período relativamente curto nos permitira realizar a enucleação do remanescente. Bastante utilizada nos casos de grandes lesões, associa as duas técnicas anteriores, procurando minimizar os inconvenientes de cada uma delas, não mantendo o remanescente da cápsula cística, de integridade duvidosa, por um período longo e não agredindo os ossos do complexo maxilo- mandibular, com atos cirúrgicos que possam deixar seqüelas. Atualmente é possível tratar com sucesso cistos extensos dos maxilares. Como se trata de uma lesão “silenciosa” (sem sinais e sintomas) é importante o controle periódico com um dentista e caso haja suspeita ser avaliado por um especialista Cirurgião Buco-maxilo-facial. Referência bibliográfica: MOURA, F.E.C., ARAUJO, M. M., et. al. Cistos do complexo maxilo-mandibular In: Aspectos atuais da Cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial.1 ed.São Paulo : Livraria Santos Editora, 2007, p. 171-194.
13 out., 2020
O terceiro molar ou o dente do siso é o último dente a erupcionar e pode causar desconforto nesta fase. Muitos destes dentes não erupcionam ou erupcionam parcialmente ficando apenas com uma parte da coroa exposta na gengiva. Quando passa o tempo normal de erupção por volta dos 20 anos de idade e o mesmo não ocupa seu espaço na arcada dentária o dente pode ser classificado como retido ou parcialmente retido no osso. Isto geralmente ocorre por falta de espaço adequado na boca para a sua acomodação. Mesmos os dentes que erupcionam podem ficar em posição irregular sem função. Muitas vezes durante sua fase de desenvolvimento apenas uma parte da coroa fica recoberta por gengiva que devido a dificuldade de higiene, pelo acúmulo de microorganismos ou por trauma durante a mastigação, o terceiro molar superior traumatiza esta região inferior, ocorre um processo inflamatório na região chamado de pericoronarite podendo evoluir para uma infecção que pode causar sérios problemos. Esta inflamação causa dor, dificuldade para abrir a boca (trismo) e aumento de volume local. O tratamento consiste em uma primeira fase eliminar o processo inflamatório para depois em uma segunda fase remover o dente do siso. Evita-se realizar a cirurgia na primeira fase, pois o paciente tem dificuldade para abrir a boca e principalmente para evitar uma contaminação desta região para planos mais profundos na face, que dependendo do grau de infecção pode levar o paciente a sérios riscos, inclusive de morte. Recomenda-se como tratamento inicial e extração do terceiro molar superior, limpeza mecânica da região infectada com irrigação de digluconato de clorexidina 0,12%, e a prescrição de uma medicação anti-inflamatória e caso a infecção já esteja presente antibióticoterapia. A época ideal, para que estes dentes sejam removidos, é antes da formação completa da raiz por volta dos quinze anos. Existe uma grande variação de posicionamento e grau de dificuldade para a sua remoção, por este motivo é recomendado que esta cirurgia seja feita por um especialista em Cirurgia Buco-Maxilo-Facial. O plano de tratamento consiste em uma consulta inicial, exames radiográficos, medicação pré-operatória e controle pós-operatório. A cirurgia é realizada no consultório sob anestesia local. Quando realizado pelo especialista o procedimento geralmente é rápido e seguro. Em alguns casos pode ser realizado através de uma sedação consciente para controle da ansiedade.
13 out., 2020
O terceiro molar ou o dente do siso é o último dente a erupcionar e pode causar desconforto nesta fase. Muitos destes dentes não erupcionam ou erupcionam parcialmente ficando apenas com uma parte da coroa exposta na gengiva. Quando passa o tempo normal de erupção por volta dos 20 anos de idade e o mesmo não ocupa seu espaço na arcada dentária o dente pode ser classificado como retido ou parcialmente retido no osso. Isto geralmente ocorre por falta de espaço adequado na boca para a sua acomodação. Mesmos os dentes que erupcionam muitas vezes ficam em posição irregular sem função. A posição posterior destes dentes dificulta a higienização e muitas vezes até o tratamento odontológico e por estes motivos é comum a recomendação do cirurgião-dentista para a remoção dos quatro terceiros molares: dois superiores e dois inferiores. Hoje em dia com a evolução da prevenção e tratamento de cárie dental e grande preocupação dos pacientes com a estética e saúde bucal é raro a perda precoce de dentes o que torna a presença dos dentes do siso desnecessária. Estes dentes apresentam o maior índice de retenção, maior índice de complicação durante sua erupção e durante a sua remoção. Muitas vezes durante sua fase de desenvolvimento apenas uma parte da coroa fica recoberta por gengiva que devido a dificuldade de higiene ou por trauma durante a mastigação, ocorre um processo inflamatório na região chamado de pericoronarite podendo evoluir para uma infecção que pode causar sérios problemos. Esta inflamação causa dor e dificuldade para abrir a boca. Outro dado é que o apinhamento dos dentes na região anterior inferior da mandíbula pode ser causado devido à sua força de erupção e falta de espaço, e apesar de ser um assunto controverso e muito debatido é comum que o especialista em ortodontia solicite a remoção dos mesmos antes, durante ou após o final do tratamento ortodôntico. A época ideal é que estes dentes sejam removidos antes da formação completa da raiz por volta dos quinze anos. Existe uma grande variação de posicionamento e grau de dificuldade para a sua remoção, por este motivo é recomendado que esta cirurgia seja feita por um especialista em Cirurgia Buco-maxilo-facial. O plano de tratamento consiste em uma consulta inicial, exames radiográficos, medicação pré- operatória e controle pós-operatório. A cirurgia é realizada no consultório sob anestesia local. Quando realizado pelo especialista o procedimento geralmente é rápido e seguro. Em alguns casos pode ser realizado através de uma sedação consciente para controle da ansiedade. Mais informações no livro Atualização Clínica em odontologia o Capítulo Dentes inclusos:Avulsão e desinclusão, realizado pelos professores Antenor Araújo e Marcelo Marotta Araujo, lançado durante 23° Congresso Internacional de Odontologia em São Paulo que contribuiu para enriquecer as publicações do assunto na literatura nacional.
13 out., 2020
O objetivo fundamental da cirurgia ortognática é a recuperação ocluso-facial de pacientes com deformidades faciais congênitas ou adquiridas, quer por traumatismos faciais, quer por alteração do desenvolvimento. Os pacientes com excesso vertical da maxila ou face longa apresentam características próprias tais como, terço inferior da face muito longo, base nasal estreita, face adenoidéia mostrando muita gengiva ao sorrir, apresentando ainda distância inter-labial aumentada. Do ponto de vista da relação oclusal existe a possibilidade da existência ou não da mordida aberta, sendo usual a má oclusão tipo II (aspecto da mandíbula estar para trás), mas pode apresentar ainda má oclusão tipo III (aspecto da mandíbula estar para frente), ou mesmo ter uma relação dentária normal. Esses pacientes, muitas vezes, apresentam problemas psicológicos bastante graves devido à sua aparência (sorriso com muita exposição da gengiva ao sorrir), geralmente associados a problemas funcionais de desoclusão dentária, com repercussão na ATM, e dificuldade de respiração. Hoje, no tratamento desta deformidade, o trabalho conjunto do ortodontista e do cirurgião maxilo facial é fundamental. A época ideal para o seu início é após a fase de crescimento. Todo tratamento começa por um planejamento ortodôntico, complementado pelo cirúrgico, sendo que o primeiro é realizado previamente à cirurgia. No planejamento cirúrgico, faz-se uma minuciosa análise facial e a seguir, realiza-se a cirurgia nos modelos de gesso (simulando os movimentos cirúrgicos em laboratório). Em seguido é realizado um traçado predictivo, o qual por sua vez nos dará uma idéia de como o paciente ficará após a cirurgia. O tratamento cirúrgico é realizado em ambiente hospitalar, sob anestesia geral, e consiste na reposição superior da maxila, podendo estar associado á um avanço e rotação da mandíbula e uma cirurgia no mento. Esta técnica não deixa nenhuma cicatriz pois toda a cirurgia é realizada dentro da boca, e o paciente sai de boca aberta (não é necessário a imobilização da boca), com ganho funcional na mastigação e respiração e com grande alteração estética, passando a apresentar uma aparência mais harmônica, proporcional e sem exposição excessiva da gengiva ao sorrir.
13 out., 2020
A cirurgia ortognática é uma área da odontologia exercida pelo especialista em Cirurgia Bucomaxilo Facial, que visa à correção de deformidades dentofaciais. As causas de tais deformidades são, na maioria das vezes, congênitas ou causadas por acidentes envolvendo fraturas faciais. A falta de oclusão (fechamento) dentária leva o paciente, muitas vezes, a dores pré-auriculares (disfunção da articulação temporomandibular), dificuldade de mastigação e de respiração. Neste tipo de tratamento, a ortodontia movimenta os dentes superiores e inferiores na sua melhor posição em relação à maxila e mandíbula, e a cirurgia então é necessária para se corrigir a posição dos ossos dos maxilares superiores e inferiores. Este tratamento permite obter ótimos resultados restabelecendo a harmonia facial e oclusal, além de diminuir o tempo de tratamento com um resultado estético muito melhor. O tratamento é dividido em três fases: uma inicial, onde é realizado um planejamento, iniciando-se a seguir a ortodontia pré-operatória. A segunda fase é cirúrgica, onde o procedimento é realizado em ambiente hospitalar; sendo a terceira fase a realização da finalização ortodôntica. A cirurgia ortognática é um procedimento realizado com dois dias de internação. O paciente já consegue falar e iniciar a alimentação sem nenhum tipo de bloqueio limitando a abertura bucal. Geralmente o paciente pode voltar as suas atividades em torno de dez dias após a cirurgia. A mesma é realizada inteiramente por via intra-oral sem deixar nenhuma cicatriz aparente na face. Ao final, o paciente passa a ter um resultado de boa oclusão e estética facial muito mais agradável, conseguindo mastigar e respirar melhor, além da diminuição do tempo total de tratamento. Os resultados são bastante estáveis e tais cirurgias já são realizadas por nossa equipe há mais de 25 anos. Outro fator a ser considerado é o psicológico, pois o paciente que apresenta este tipo de deformidade facial geralmente apresenta uma série de traumas de ordem psicológica ou de dificuldades funcionais. Após a cirurgia ocorre uma melhora marcante da estética facial e funcional levando o paciente a reconquistar sua auto- estima. No intuito de facilitar a comunicação dos ortodontistas e cirurgiões com pacientes, e explicando as vantagens e os passos do tratamento, bem como do procedimento cirúrgico, os autores Dr. Antenor Araujo, Dr. Adriano Marotta Araujo e Dr. Marcelo Marotta Araujo lançaram “O manual de orientação aos pacientes com vistas à cirurgia ortognática”. Este manual foi editado pela Dental Press e tem como objetivo principal facilitar o entendimento e a relação profissional do ortodontista e do cirurgião com o paciente.
13 out., 2020
Mas o que é a Cirurgia Ortognática? Na realidade estas consistem em um conjunto de técnicas cirúrgicas e ortodônticas que visam dar aos pacientes uma harmonia ocluso facial ideal. Como o ortodontista participa desse conjunto? A ortodontia é fundamental para podermos atingir nossos objetivos. O ortodontista irá alinhar e nivelar os arcos dentários coordenando-os entre si, através de modelos de estudo, de tal forma a, quando da realização da cirurgia podermos dar ao paciente uma oclusão a melhor possível. Qual é o planejamento que o cirurgião realiza antes da cirurgia? Após realizada a ortodontia pré-operatória o cirurgião prepara agora o paciente para a realização da cirurgia. Uma nova documentação é solicitada e que consta de radiografias: panorâmica, telerradiografia (frontal e lateral) e eventualmente oclusais e periapicais. Novos modelos de trabalho são obtidos bem como fotos digitais ocluso faciais. Uma cuidadosa análise facial é realizada onde juntamente com a análise radiográfica o cirurgião em conjunto com o ortodontista realiza seu plano cirúrgico, onde fica determinado qual tipo de cirurgia será realizada no paciente, tais como, na mandíbula, maxila ou ambas em conjunto. Estas cirurgias são realizadas em hospital? Estas cirurgias são sempre realizadas em hospital, sob anestesia geral, entubação naso traqueal e hipotensão. Para tanto uma série de exames pré-operatórios são solicitados: avaliação cardiológica urina tipo I, tipo sanguíneo, coagulograma completo, glicemia e hemograma completo. O paciente deve sempre ser internado na véspera da cirurgia e permanecer até o dia seguinte, totalizando 36 a 48 horas de internação. Como é o pós-operatório destas cirurgias? Antigamente os pacientes ficavam sob bloqueio maxilo- mandibular, hoje não mais, o paciente fala normalmente ao acordar da anestesia o que acontece algumas horas após o término da mesma e pode mesmo já se alimentar de líquidos no fim do dia. Na primeira semana de pós-operatório o paciente se alimenta de forma pastosa evoluindo para semi-sólida na 2ª e 3ªs semanas. Após este período a alimentação já é mais normal, permitindo que o paciente evolua na consistência dos alimentos, até chegar a comer um bom filé. Os pacientes ainda de uma forma geral apresentam pouca dor no pós-operatório, esta, controlada normalmente com analgésicos de baixa intensidade. Quanto tempo dura uma cirurgia ortognática? Isto varia de acordo com as técnicas empregadas e da experiência do cirurgião. De uma forma geral nossa equipe leva de 1 hora a 1 hora e 30 minutos em casos monomaxilares e cerca de 2 horas e meia a 3 horas em casos de cirurgias combinadas. E como o paciente se sente psicologicamente após a cirurgia? É realmente importante o preparo psicológico, para as mudanças ocluso faciais, as quais o paciente irá sofrer após a cirurgia, porém, é importante salientar que grandes mudanças geralmente ocorrem num número menor de casos onde as deformidades são muito grandes. Na maioria das vezes as modificações não são tão grandes e dá aos pacientes uma harmonia agradável, o que satisfaz ao mesmo e seus familiares. É, no entanto de grande ajuda nessa fase o apoio do clínico geral e do ortodontista ao cirurgião e ao paciente com o objetivo de prepará-lo psicologicamente para a cirurgia. Vejo, o mesmo previamente, por 2 meses no mínimo a cada duas semanas, com o objetivo de discutir todos os detalhes sobre a cirurgia e o pós-operatório com o paciente e sua família. O mesmo acompanhamento, faço por 2 meses após a realização do ato cirúrgico. Com estes cuidados os pacientes reagem sempre muito bem com relação aos resultados obtidos. CONCLUSÃO: A Cirurgia Ortognática é hoje no Brasil, como já dissemos uma realidade com resultados estáveis e de ampla aceitação pelos nossos pacientes e familiares. Araújo,A.; Araújo,A.M.; Araújo,M.M. Desmistificando a cirurgia ortognática para o clínico geral. In: Baldacci Filho, R.; Macedo, M.C.S. 25° Atualização clínica em odontologia. Ed. Artes Médicas Ltda, São Paulo, p.339-361, 2007.
23 set., 2020
A partir do final da década passada houve uma grande evolução tecnológica dos materiais para síntese óssea. Foi proposto para o tratamento de fraturas na face ou para a fixação de segmentos ósseas após osteotomias realizadas para a correção de deformidades faciais a utilização de mini-placas e parafusos de titânio comercialmente puro. Desta forma foi possível através desta fixação interna estável uma recuperação rápida e confortável para os pacientes, pois não existe a necessidade de um bloqueio maxilo-mandibular por 4 semanas, a boca não fica mais “amarrada” no pós-operatório. Isto facilita a fala, a alimentação e a higiene e proporciona uma recuperação rápida e estável. Os estudos continuaram e além do titânio foi desenvolvido o material reabsorvível, que consiste em placas e parafusos a base de polímeros e co-polímeros que apresentam uma estrutura 100 % amorfa de Poli (L-Lactídeo-co-D,L Lactídeo), produzidas à partir de uma mistura de 70 % de L-lactídeo e 30 % de DL lactídeo. Nesta forma perde cerca de 70 % da sua resistência inicial após nove meses, e cerca de 50 % após um ano. Sua reabsorção ocorre por um processo de hidrólise, onde o material é convertido em dióxido de carbono e água, em um período que varia de 18 a 36 meses. Estas características irão variar de acordo com o fabricante. A grande vantagem deste material é que após a cicatrização óssea com o tempo ele é rebsorvido. Quando aquecido permite uma fácil adaptação ao osso, e está indicado principalmente no tratamento de crianças ou em áreas de pouca ação muscular. O Prof. Dr. Marcelo Marotta Araújo realizou uma pesquisa pioneira realizada na Universidade do Alabama, em Birmingham, EUA, com orientação do Dr. Peter Waite e Dr. Jack Lemons, durante o curso de pós-doutorado, com apoio da FOSJC-UNESP e FAPESP (que concedeu uma bolsa de estudos). O estudo realizado foi uma avaliação biomecânica das diversas formas de fixação para osteossíntese da maxila em cirurgia ortognática. Foram comparadas diversas formas de fixação, com placas de titânio e material reabsorvível – P(L/DL)LA (figuras abaixo) e que resultou na publicação internacional do artigo "Strength analysis of Le Fort I osteotomy fixation: Titanium versus resorbable plates” (“Análise da resistência da fixação da osteotomia le fort I: Placas de titânio versus reabsorvível”), na revista da Associação Americana de Cirurgia Buço-Maxilo-Facial: “Journal of Oral and Maxillofacial Surgery” (Setembro de 2001, Vol. 59, Nº 9, pag.1034 a 1039). Este estudo de biomecânica “ in-vitro” provou que apesar de o material metálico apresentar uma maior rigidez é viável a utilização do material reabsorvível. Atualmente o material reabsorvível é uma realidade e esta liberado para o uso em pacientes.
23 set., 2020
Reimplante dentário é o procedimento cirúrgico que visa a recolocação dos dentes avulcionados acidentalmente no seu respectivo local. Hoje em dia, as atividades da infância e adolescência, como é o caso da prática de diversas modalidades esportivas, favorecem mais freqüentemente as exposições à traumas dentários, que ocorrem com freqüência nos dentes anteriores e podem causar desde a simples fratura do esmalte até expulsão do dente do alvéolo, ocasionando uma perda da função e um dano estético muito grande. A avulsão dentária é uma situação de bastante gravidade para o dente, visto que tanto a saúde da polpa quanto a dos tecidos periodontais estão comprometidos. O reimplante dentário resultante do trauma é um procedimento clínico rotineiro e estabelecido, porém, muitas são as variáveis que interferem no prognóstico (chances de sucesso) de cada caso, como: tempo em que o dente permaneceu fora do alvéolo; meio de manutenção do dente durante o período extra alveolar; condições das células do ligamento periodontal comentário; estágio de desenvolvimento da raiz; medicamento utilizado no interior do canal radicular; tipo e tempo de contenção utilizado; e conduta no tratamento endodôntico (Quanto tempo após?, Material obturador?). Tratamento de Urgência 1) O ideal é que uma vez avulsionado, o dente deva ser reimplantado imediatamente no alvéolo. Para isto, toma-se como guia de referência os dentes homólogos. 2) Caso, por alguma razão, não seja possível o reimplante imediato, o dente deve ser mantido, em ordem de preferência, nos seguintes meios: • Leite pasteurizado; 3) O paciente deve ser encaminhado imediatamento para o cirurgião-dentista. Estudos comprovam que caso o dente seja reimplato até 2 horas do acidente as chances de sucesso são maiores. Quanto maior for o tempo do dente fora da boca (alvéolo), maior a chance de insucesso. 4) O cirurgião-dentista irá anestesiar a região, limpá-la e reimplantar o dente. Logo em seguida irá imobiliza-lo com contenção não rígida (fio de nylon e resina). 5) O paciente deve ser orientado quanto aos cuidados pós-operatórios, como higiene e alimentação pastosa, bem como antibioticoterapia. Recomenda-se bochechos com solução de gluconato de clorexidina 0,12% por 15 dias. 6) Após esta fase um endodontista (especialista em canal) dará continuidade ao tratamento. Referência bibliográfica: ARAUJO, M.M.; VALERA, M.C. Reimplante Dentário. Odontologia - Ensino e Pesquisa, v.2, n.3, p.39-43, 1997.
23 set., 2020
O paciente diagnosticado com a mordida aberta anterior apresenta as seguintes características dento-esqueletais: face longa com excesso concentrado no terço inferior, mento retraído, incompetência labial (os lábios não se tocam) com exposição ligeiramente alterada dos incisivos superiores. A origem desta alteração facial pode ocorrer devido a um crescimento excessivo da parte posterior da maxila, rotação da mandíbula para inferior, ou a combinação de ambos. Do ponto de vista oclusal apresenta o plano oclusal superior diminuído e aumento da angulação do plano mandibular. Em uma vista frontal os dentes anteriores não se tocam. Esta deformidade resulta em um déficit estético sendo evidente em uma vista frontal e lateral da pessoa. Além da alteração estética, o paciente apresenta alterações funcionais importantes devido a má-oclusão (mordida incorreta) que no futuro pode ocasionar uma perda prematura dos dentes e ainda apresentar alterações na fala, na mastigação e em alguns casos apresentar disfunção da articulação temporo-mandibular. É comum o paciente apresentar limitação da respiração pelo nariz sendo predominante a respiração bucal. A época ideal para a cirurgia é após o crescimento e o tratamento consiste em um planejamento minucioso utilizando recursos de imagem, radiografias e modelos, e deve ser realizado em conjunto com o ortodontista. O paciente deve usar o aparelho ortodôntico para preparar os dentes através de um alinhamento e nivelamento dos arcos dentários, para que no momento da cirurgia os dentes se encaixem perfeitamente. Este nivelamento pode ser realizado com ou sem segmentação dependendo das curvas de oclusão. A cirurgia deve ser realizado em ambiente hospitalar (de 1 a 2 dias de internação), sob anestesia geral, onde através de osteotomias é realizada uma intrusão maxilar da região posterior, permitindo a auto-rotação da mandíbula. Nas mordidas abertas de grande magnitude esta indicada a segmentação da maxila em três segmentos. Os segmentos são fixados com placas e parafusos de titânio. O procedimento é realizado com acesso intra-bucal, não deixa cicatriz aparente, e o paciente sai de boca aberta facilitando a higiene, a fala e a alimentação. O paciente apresenta como resultado do tratamento o restabelecimento da harmonia facial, onde existe uma ralação normal dos dentes, dos lábios que passam a se encontrar, as funções mastigatórias e respiratórias são normalizadas e o paciente apresenta um aspecto mais jovial. Atualmente a recuperação é rápida, muitas vezes, com 10 dias de pós-operatório o paciente pode retornar as suas atividades normais. Após um período de seis meses em média o aparelho ortodôntico é removido. O tempo total vai variar de acordo com a complexidade da ortodontia, e pode variar de 12 a 18 meses.
23 set., 2020
As fraturas do complexo zigomático apresentam traços de fratura que envolvem o rebordo infra-orbitário, a parede anterior do seio maxilar, o pilar zigomático, arco zigomático e o processo frontal do zigoma. O osso zigomático (malar) é a maior zona de resistência da face e trata-se de um osso resistente que tem a forma de um quadrilátero com uma superfície externa convexa (maçã do rosto) e uma superfície interna côncava. Esta projeção da superfície externa responsável pelo contorno da bochecha torna esta uma região proeminente e portanto susceptível à fraturas. O osso zigomático é bastante resistente e quando uma força é aplicada diretamente sobre seu corpo é distribuída nas regiões adjacentes mais frágeis como os processos frontal, temporal, orbital e maxilar que se fraturam. A tomografia computadorizada com cortes axial, coronal e sagital deve ser sempre o exame de eleição pois permite visualizar em detalhes todo o complexo zigomático sendo fundamental para avaliação de fraturas da órbita. As principais características das fraturas do complexo zigomático são: edema da região (inchaço), afundamento do osso zigomático com perda de projeção, equimoses conjuntivais (sangramento no globo ocular), hematomas e edemas palpebrais. Também é possível notar limitação nos movimentos mandibulares (devido a interferência do complexo coronóide), epistaxe (sangramento nasal), parestesia (perda temporária da sensibilidade) da região inervada pelo nervo infra-orbitário e telecanto traumático (aumento da distância entre as porções mediais da união das pálpebras superiores com as pálpebras inferiores). Nos casos de envolvimento orbitário, podem ocorrer alterações visuais, distopia (desnível vertical de posição do globo ocular), enoftalmia (desnível horizontal de posição do globo ocular) e limitação dos movimentos oculares, podendo estar relacionado com aprisionamento dos músculos orbitários ou a lesões de ordem neurológica comprometendo os pares cranianos oculomotor, troclear e abducente. TRATAMENTO Ao contrário das fraturas mandibulares, as fraturas do osso zigomático sofrem pequena ação muscular,desta forma pequenos deslocamentos, sem dano funcional ou estético, podem ser tratadas de forma conservadora. O tratamento da fratura do complexo zigomático consiste em reduzir as fraturas em seus respectivos pontos de referencia em ambiente hospitalar sob anestesia geral. O pilar zigomático com acesso intra-bucal, a sutura fronto-zigomatica, com acesso supra-orbital na sobrancelha ou palpebral superior e por último o rebordo infra-orbitário com acesso sub-ciliar ou transconjuntival, são nesta ordem, os pontos de referência e de síntese óssea. O grau de deslocamento e complexidade da fratura ira definir o numero de pontos de fixação. Para síntese óssea assim como nas fraturas maxilares, o indicado é utilizar placas mais delicadas e parafusos mono-corticais. Atualmente é possível tratar estas fraturas de forma efetiva com um mínimo de déficit estético ou funcional e com rápido retorno as suas atividades normais.
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