As fraturas do complexo zigomático apresentam traços de fratura que envolvem o rebordo infra-orbitário, a parede anterior do seio maxilar, o pilar zigomático, arco zigomático e o processo frontal do zigoma. O osso zigomático (malar) é a maior zona de resistência da face e trata-se de um osso resistente que tem a forma de um quadrilátero com uma superfície externa convexa (maçã do rosto) e uma superfície interna côncava.
Esta projeção da superfície externa responsável pelo contorno da bochecha torna esta uma região proeminente e portanto susceptível à fraturas. O osso zigomático é bastante resistente e quando uma força é aplicada diretamente sobre seu corpo é distribuída nas regiões adjacentes mais frágeis como os processos frontal, temporal, orbital e maxilar que se fraturam.
A tomografia computadorizada com cortes axial, coronal e sagital deve ser sempre o exame de eleição pois permite visualizar em detalhes todo o complexo zigomático sendo fundamental para avaliação de fraturas da órbita.
As principais características das fraturas do complexo zigomático são: edema da região (inchaço), afundamento do osso zigomático com perda de projeção, equimoses conjuntivais (sangramento no globo ocular), hematomas e edemas palpebrais.
Também é possível notar limitação nos movimentos mandibulares (devido a interferência do complexo coronóide), epistaxe (sangramento nasal), parestesia (perda temporária da sensibilidade) da região inervada pelo nervo infra-orbitário e telecanto traumático (aumento da distância entre as porções mediais da união das pálpebras superiores com as pálpebras inferiores).
Nos casos de envolvimento orbitário, podem ocorrer alterações visuais, distopia (desnível vertical de posição do globo ocular), enoftalmia (desnível horizontal de posição do globo ocular) e limitação dos movimentos oculares, podendo estar relacionado com aprisionamento dos músculos orbitários ou a lesões de ordem neurológica comprometendo os pares cranianos oculomotor, troclear e abducente.
TRATAMENTO
Ao contrário das fraturas mandibulares, as fraturas do osso zigomático sofrem pequena ação muscular,desta forma pequenos deslocamentos, sem dano funcional ou estético, podem ser tratadas de forma conservadora.
O tratamento da fratura do complexo zigomático consiste em reduzir as fraturas em seus respectivos pontos de referencia em ambiente hospitalar sob anestesia geral.
O pilar zigomático com acesso intra-bucal, a sutura fronto-zigomatica, com acesso supra-orbital na sobrancelha ou palpebral superior e por último o rebordo infra-orbitário com acesso sub-ciliar ou transconjuntival, são nesta ordem, os pontos de referência e de síntese óssea. O grau de deslocamento e complexidade da fratura ira definir o numero de pontos de fixação.
Para síntese óssea assim como nas fraturas maxilares, o indicado é utilizar placas mais delicadas e parafusos mono-corticais.
Atualmente é possível tratar estas fraturas de forma efetiva com um mínimo de déficit estético ou funcional e com rápido retorno as suas atividades normais.